Por que não consigo enxergar de fora? Meus olhos estão voltados para dentro, fogem lentamente desse lado estranho que se mostra ponto a ponto, dia a dia, hora a hora.
O que somos?
O que seremos?
O nós nunca esteve tão eu.
Todos vivendo seus tempos numa normalidade anormal.
Silêncios.
Tudo está no lugar, um lugar matriz.
Hoje: reuniões, processos, estudos, vida, sonhos.
Amanhã: reuniões, processos, estudos, vida, morte, pesadelos.
Levantes? Autoalienação? Sensacionalismo? Excesso de informação? Pessimismo?
Fuga.
A descriação de um sentido.
Apatia,
economia,
empatia,
economia,
sociologia,
apatia.
Ubiquidades. Se enxergo fora, fico cega. Assim como a neblina cria um véu sobre as verdades obscuras, ver desmobiliza, atinge diretamente meu coração ansioso que se corrói na noites de trevas criadas e permanece no ser. Existe algo lá fora? Ideias de fora e de dentro. Enquanto isso eu aqui com minhas ideias de dentro sufoco lentamente. Vidas que evaporam e o peso diário dos dias de ontem, de anteontem e dos agoras revestidos de perfeição ilusória.
Silêncio.
Queria esconder-me do lado de fora para não enxergar o que está dentro.